quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O que os Programas Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família têm em comum?


Nunca fui contra o programa Bolsa Família (BF) apesar das críticas que ouço de pensadores que admiro muito. Apesar de todos os contras, os prós, até agora, me agradaram muito. Acho extremamente democrático devolver ao contribuinte mais desfavorecido uma parte da sua contribuição para que “ele decida como quer gastar”. Também visualizo uma melhor distribuição de renda e desenvolvimento econômico nos Municípios mais pobres... Sinto uma “leve” melhora nas desigualdades locais, pelo menos aqui no Nordeste. Insisto que não é por de meia dúzia de preguiçosos que o programa não vai dar certo.
O que nunca entendi foi qual o fim do programa. Todo programa deve ter início, meio e fim. O início e o meio sempre estiveram claros para mim: o PAC com sua injeção de recursos públicos nas obras gerando empregos formais, as intenções de movimentação econômica do pequeno comércio local, a democracia do processo... Mas e a componente humana? Como finalizar esse processo e combater a grande inimiga: a componente humana, a preguiça, a acomodação, a busca pelo mais fácil. Tia Dilma não é boba! Ela não iria deixar isso acontecer. Ela acreditaria tanto assim nas pessoas?
Filosofei um tempinho sobre isso e quase concordei com que me falava que “o Bolsa Família era o maior esquema de compra de votos legal já visto na história”. Mas, por acaso, descobri que para ser aprovado no cadastro do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) até três salários mínimos, o beneficiário tem que, obrigatoriamente, ser cadastrado no BF. Qual o motivo disso? Combater a inadimplência (claro) e acostumar a população a usar seu BF para pagar as prestações, que findam em 10 anos. Então, sem grandes impactos políticos, poderão acabar aos poucos com o BF.
Posso estar sendo inocente em procurar um sentido para o fim do BF. Posso ser uma romântica que não acredita que tudo não passa de uma massiva compra de voto legalizada e que ainda acredita na política pública bem intencionada. É final de ano... devo estar extremamente otimista... Mas, o que importa é que me preocupo menos com o futuro dos preguiçosos já que eles vão ter que gastar esse dinheiro com a prestação da sua casa própria e aprender a trabalhar para comer.

Um grande abraço,
Helena Virgínia Moreira